domingo, 13 de novembro de 2011

Empresa, substantivo feminino

As empresas são mais femininas quando são mais tolerantes?

Uma empresa feminina não é aquela cujos produtos são dirigidos às mulheres nem é uma que é comandada por uma executiva. Uma companhia que apresenta atributos femininos até pode ter essas características, mas não é isso que a qualifica. Pode ser uma fábrica de chuteiras e ser dirigida por um tomador de cerveja e, mesmo assim, ser uma empresa feminina se ela tiver uma coisa: fertilidade.

Corporações férteis são as que podem ser fecundadas por novas ideias, estão preparadas para gerar projetos e são capazes de produzir novas formas de vida e aumentar a prole das realizações felizes, dos resultados surpreendentes e da longevidade empresarial. Empresas são femininas quando são mais tolerantes, quando não se negam a aceitar desafios. Porque assim são as mulheres, que trazem em sua composição vital algumas características de adaptabilidade e resistência que às vezes faltam a seus pares homens. O que não significa que eles não possam tê-las ou desenvolvê-las. Trata-se de uma questão de vontade e de inteligência.

Conheço empresas femininas em todas as áreas e as reconheço com facilidade. São aquelas em que o ambiente é bom porque há uma preocupação com a felicidade, e a conseqüência são as pessoas mais comprometidas, que sentem mais confiança e têm espírito mais colaborativo. Uma companhia com perfil feminino usa sua fertilidade para produzir benefícios para si mesma e para todos, pois entre suas qualidades está a generosidade.

Esse é o tipo de organização em que a inovação faz parte da cultura, não é apenas uma exigência da crise. Nesse tipo de ambiente a criatividade corre solta, como um animal de estimação, e é bem tratada por todos. A comunicação é farta, a colaboração é plena e o aprendizado é uma constante. Todas essas qualidades podem ser desenvolvidas e implementadas, até para aproximar a companhia de sua essência. Afinal empresa é, sim, um substantivo feminino.


Fonte: Revista Você s/a nº148, 01/10/2010, Por Eugênio Mussak

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