O clima de competitividade é cada vez maior. As empresas se confrontam com a necessidade de reação imediata aos novos desafios. Isso implica, muitas vezes, alterações na estrutura da própria empresa. Nessa altura, recorrer a uma consultoria pode ser a forma mais rápida e eficiente de melhorar o seu negócio.
Um caminho que pode parecer fácil, mas que tem também os seus riscos. Antes de decidir é preciso fazer uma avaliação interna e ter em mente as vantagens e desvantagens de contratar uma consultoria.
São muitos os casos em que a contratação de uma consultoria acaba por ser uma história de insucesso. Não se deixe enganar com soluções fáceis, imediatas e que fazem variar o resultado final do montante que a sua empresa está disposta a pagar. Quando a esmola é grande, é mesmo caso para desconfiar.
Não deixe que os problemas que tem para resolver se acumulem. Contratar uma consultoria quando os problemas já ganharam uma grande proporção, pode ser tarde. As consultorias ajudam, mas não fazem milagres.
Tenha em mente que durante todo o processo é necessário acompanhamento e partilha de responsabilidades com a equipe de consultores. Afinal, quem tem de decidir é sempre a empresa e, para isso, deve estar a par de tudo o que se passa. Não espere que uma consultoria seja a cura para uma série de problemas que só a própria empresa pode resolver.
Podemos fazer uma comparação entre o serviço prestado de um consultor com os serviços prestados por um médico.
Quando você vai a um médico realizar uma consulta, você fala o que está sentindo. Ou seja, você relata ou demonstra o sintoma aparente do seu problema para o profissional. O mesmo ocorre com o serviço prestado por um consultor, você também relata ou demonstra o sintoma aparente do problema para o profissional, etapa do levantamento de informações.
Na medicina, algumas vezes a causa do problema aparente é facilmente identificável pelos sintomas apresentados, em outras situações são necessários exames complementares mais específicos, como raios-x, ultra-sonografia, exame de sangue, etc. Na consultoria também a situação é semelhante, algumas vezes a causa do problema é facilmente percebida, em outras situações também são necessárias ações complementares para a correta identificação, como por exemplo, entrevistas com pessoas chave, análise de processos, análise de números, pesquisa de mercado, etc.
Diagnosticada a causa do problema o médico parte para o tratamento adequado, que pode variar caso a caso. O tratamento pode ser feito através do uso de medicamentos específicos durante prazo determinado ou medicamentos para uso contínuo, pode requerer sessões de fisioterapia ou até mesmo uma intervenção cirúrgica. Ao compararmos com a consultoria, a comparação é pertinente, porque: o tratamento para resolver determinados problemas nas empresas pode ser feito através de remédios que, usados da maneira recomendada, proporcionarão os efeitos almejados; o problema também pode ser tratado com treinamento e orientação adequada e, em algumas ocasiões, há necessidade de intervenções mais profundas nos processos, no foco ou na própria estrutura das empresas.
Assim como na medicina, a relação consultor/cliente exige muita confiança e responsabilidade. Logo, para que o paciente tenha confiança em um médico é necessário que o profissional esteja habilitado tecnicamente para resolver o problema, ou seja, possua a instrução e a prática necessária para executar o trabalho. Por outro lado, o médico deve ter confiança na capacidade do paciente em seguir corretamente o tratamento. Imagine o que pode acontecer a um paciente ao qual o médico tenha receitado um determinado remédio, para ser ingerido três vezes ao dia, e caso o paciente não siga corretamente a prescrição, certamente não se pode esperar um resultado positivo no tratamento. O mesmo acontece com a consultoria organizacional, onde a confiança e responsabilidade mútua são fundamentais para o processo e o sucesso do trabalho.
Existe, entretanto uma diferença significativa entre os serviços prestados por um médico e um consultor: a percepção da necessidade por parte do cliente. Os sintomas relativos ao paciente de um médico geralmente vêm acompanhados de dor, ou de desconforto físico constante, pois são pessoas, de carne e osso, com toda a sensibilidade que a natureza humana percebe. Já os sintomas relativos aos clientes de um consultor, uma organização(empresa,instituição), não vêm acompanhados do forte estímulo da dor, fazendo com que, muitas vezes, o cliente não perceba o grave problema que enfrenta. Outras vezes o cliente, organização, até percebe que está convivendo com problemas para os quais não encontra solução eficaz, mas, por uma falsa sensação de economia, prefere a "automedicação" acreditando que está poupando o dinheiro da consulta. Ocorre que, geralmente nesses casos, as verdadeiras causas dos problemas não são atacadas e, a exemplo do que acontece na medicina, o problema tende a se agravar, dificultando cada vez mais a cura.

O Consultor só poderá orientá-lo se houver uma troca, uma forte interação e sinergia entre ambos. Toda e qualquer mudança necessária à organização deve ser um compromisso de ambas as partes, não somente do consultor, afinal, ao concluir o projeto, o papel decisivo para consolidar as melhorias conquistadas será da organização.
Adm. Talita Martins
CRA 111526
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